Joel W. Wells (1987, 1990) mostrou que o uso da linguagem erótica em diferentes contextos das relações interpessoais variava em função do género e da orientação sexual, sendo sexualmente mais excitante para os homens do que para as mulheres. Em média, os homens tendem a usar mais essa linguagem do que as mulheres, e os homens e as mulheres homossexuais usam mais frequentemente um vocabulário erótico ou excitante, sobretudo em conversas em chat, do que os homens e as mulheres heterossexuais, pelo menos nas suas relações amorosas. O nosso estudo da linguagem erótica gay mostrou que os homens homossexuais portugueses, quando interagem real ou virtualmente com os seus companheiros ou potenciais parceiros sexuais, usam abundantemente uma linguagem sexualmente provocadora e excitante. Porém, entre os homens homossexuais, verificámos que os homossexuais activos e mais masculinizados usavam espontânea e abundantemente essa linguagem, enquanto os homossexuais passivos e efeminados se limitavam a oferecer os seus serviços sexuais, como por exemplo: «Queres que te faça um broche?». Esta mensagem apareceu frequentemente no meu telemóvel no decurso da pesquisa interactiva. Os seus emissores têm essa mensagem e outras similares guardadas nos seus telemóveis, porquanto a enviam regularmente e, por vezes, mais de uma vez por dia, para os nomes que constam nas suas «listas íntimas», na expectativa de marcarem um encontro sexual. Todavia, a linguagem erótica gay é mais do que um depósito de palavras eróticas usadas para aumentar a excitação sexual: ela estrutura uma visão do mundo, a que chamámos moderna ideologia gay, cujo objectivo é combater a "concepção social do maricas" e acentuar a condição masculina dos homossexuais, mediante a valorização de traços masculinos e hipermasculinos e a desvalorização da feminilidade, de modo a cimentar uma comunidade gay autónoma e liberta dos estereótipos e estigmas sociais. Assim, o nosso estudo da linguagem erótica gay portuguesa foi realizado afim de testar, ao nível do vocabulário, a hipótese de Sapir-Wolff, que Clyde Kluckhohn (1972) sintetizou nestes termos: «A língua é, em certo sentido, uma filosofia», levando em conta que, numa língua, é o léxico que «reflecte mais directamente as realidades não linguísticas» (Martinet, 1974). Schutz (1974) acentuou que as tipificações se encontram elaboradas no vocabulário da linguagem ordinária e, no nosso caso, no uso que os próprios homossexuais fazem dela em contextos práticos da vida quotidiana (dimensão pragmática). A visão do mundo que está implícita na linguagem erótica gay portuguesa foi estruturada, seguindo indicações contextuais de uso, em onze dimensões cognitivas, que, em termos quantitativos, se ordenam seguindo esta sequência decrescente: actividades homossexuais (1), sexualidades alternativas (2), desencadeadores sexuais corporais (3), classificações emic das homossexualidades (4), vida conjugal gay e adultério (5), elementos do comportamento sexual (6), estilo de vida predominante e "ambientes" (7), iniciação homossexual (8), ligações homossexuais e parceiros sexuais (9), sociedade e conflito ideológico (10) e orientações sexuais (11). Esta ordenação evidencia claramente um predomínio do sexo sobre qualquer outro tema, mesmo aquele que interessa a todos e que deveria estar no cerne da moderna ideologia gay: o da sociedade e conflito ideológico. Conforme mostraram Witter et al. (2005), os homens homossexuais incluem mais referências sexuais em relação a eles próprios nos seus anúncios íntimos do que os homens heterossexuais. 1. Dimensão das actividades homossexuais. Das actividades homossexuais a mais preferida é claramente o sexo anal (1º), seguida pela conquista sexual (2º), sexo oral (3º), preliminares sexuais (4º), masturbação (5º), comportamentos pós-coitais (6º), papel desempenhado na corte e coito entre-pernas e entre-nádegas (ambos em 7º), "cunnilingus" (8º) e, finalmente, cópula por fricção (9º). Os homens que fazem sexo com homens preferem claramente praticar o coito anal e o sexo oral como preparação para o primeiro, com parceiros sexuais ocasionais seduzidos nos lugares públicos reservados para essa função. O campo lexical da conquista sexual configura um estilo de vida centrado na procura compulsiva de múltiplos parceiros sexuais. 2. Dimensão das sexualidades alternativas. Das sexualidades alternativas a mais referida é a prostituição masculina (1º), claramente um estilo de vida de determinados tipos de homens homossexuais, a que se segue o sadomasoquismo (2º), o exibicionismo, voyeurismo e fetichismo (3º), a homossexualidade feminina (4º), a pederastia e pedofilia (5º), o travestismo, transexualismo e transgénero (6º), o sexo em grupo (7º), o oportunismo (8º), a urologia e escatologia (9º), a heterossexualidade (10º), a pornografia gay (11º), a bissexualidade (12º), a zoofilia (13º) e, finalmente, o sexo com velhos (14º). 3. Dimensão dos desencadeadores sexuais corporais. O pénis (1º), o ânus (3º), os testículos (4º) e as nádegas (5º) são, por esta ordem, os desencadeadores sexuais corporais mais apreciados. Seguem-se depois a pilosidade (6º), os órgãos genitais masculinos (7º), a glande (8º), o prepúcio e os odores (ambos em 9º), a vagina (10º) e, finalmente, o escroto (11º). As outras partes do corpo foram classificadas conjuntamente (2º). O pénis e o ânus são, sem dúvida, os desencadeadores corporais sexuais mais atractivos para todos os homens gay e, com excepção da vagina, todos os outros desencadeadores sexuais são traços e estruturas masculinas. Embora não tenham sido tratadas separadamente, a boca, os olhos, as mãos, o pescoço ou a língua são estruturas muito valorizadas eroticamente. Em termos estritamente homossexuais, é compreensível o destaque dos órgãos genitais masculinos e do ânus/nádegas, porquanto estas são as estruturas eroticamente mais atractivas e usadas nas relações gay, mas o mesmo não pode ser dito em relação aos homens heterossexuais. No entanto, os léxicos eróticos heterossexuais destacam os órgãos genitais masculinos em detrimento dos órgãos genitais femininos. Além disso, a vagina não é alvo de discriminações heterossexuais mais subtis, como se fosse uma mera «bainha» ou como se os homens heterossexuais fizessem sexo com mulheres para exibir a sua masculinidade para os outros homens. 4. Dimensão das classificações emic das homossexualidades. Os homens homossexuais são classificados em função de três critérios gerais: visibilidade (50,58%), preferências sexuais (31,66%) e atributos hipermasculinos (17,76%), donde resulta uma classificação dicotómica que decalca o duplo-padrão. Esta classificação emic das homossexualidades está bem patente nos anúncios íntimos, impressos e electrónicos, e na correspondência de corte, e nas comunicações mediadas por computador, e é fundamentalmente congruente com as nossas tipologias das homossexualidades masculinas e femininas. Segundo a visibilidade, os homossexuais são classificados em função da aparência e atractividade física (1º), em muito atraentes e pouco atraentes, em função do duplo-padrão (2º), em masculinos e efeminados, em função da compleição física (3º), em musculosos e em «amulherados», e em função das exibições (4º), em discretos e em escandalosos. Nas preferências sexuais, destacam-se as actividades sexuais (1º), os papéis sexuais (2º) e as idades preferidas (3º). Os homossexuais mais velhos são geralmente vistos como pouco atraentes. Porém, os homens homossexuais masculinizados e hipermasculinos preferem parceiros sexuais mais jovens do que eles (padrão tipicamente masculino), enquanto os homossexuais efeminados e hiperefeminados preferem parceiros sexuais mais velhos do que eles (padrão tipicamente feminino). Nos atributos hipermasculinos, evidencia-se uma clara preferência por parceiros sexuais «bem dotados» (2º) e sexualmente potentes (1º). (A experiência heterossexual é referida uma única vez, embora seja usada como indicador de masculinidade e virilidade). Tanto quanto sabemos nenhum estudo sobre os atributos dos parceiros preferidos captou este padrão: os homens homossexuais preferem parceiros dotados de pénis com grandes dimensões e com fortes erecções. O "contacto visual olhos-no-pénis" visa avaliar as dimensões do pénis do potencial parceiro sexual, o denominado «papo», além de indicar disponibilidade e interesse sexuais. É, por isso, que os homossexuais, em particular os masculinizados e activos, fazem nudismo e exibições fálicas nos lugares que propiciam as actividades sexuais, nomeadamente nas praias periféricas e estações de serviço. 5. Dimensão da vida conjugal gay e adultério. Os sete campos lexicais que constituem esta dimensão seguem a seguinte ordem decrescente: compromisso e tipos de uniões estáveis (1º), membros do casal gay (2º), cometer adultério (3º), parceiro traído (4º), particularidades da vida conjugal (5º), divórcio (6º) e ligações extraconjugais (7º). Paradoxalmente, na dimensão da vida conjugal e adultério, o campo lexical predominante é o do compromisso e tipos de uniões estáveis, intimamente associado ao campo dos membros do casal gay. Este facto revela uma discrepância entre o tipo «ideal» de ligação a longo prazo almejada secretamente pelos homens homossexuais e as ligações a curto prazo observadas, a qual reflecte provavelmente uma insatisfação gay com o seu estilo de vida sexualmente promíscuo predominante. As uniões estáveis são enfaticamente caracterizadas como ligações afectivas. No adultério, observa-se o mesmo preconceito heterosexista: o indivíduo traído é muito estigmatizado e maltratado e o parceiro infiel acaba por ser até certo ponto admirado. 6. Dimensão dos elementos do comportamento sexual. A erecção (1º) e a ejaculação/orgasmo (2º) são os elementos do comportamento sexual mais mencionados. Seguem-se a excitação sexual (3º) e o sémen (4º). Todos estes elementos são traços especificamente masculinos, tidos como características dos homens homossexuais com «aspecto masculino e jovem» e preferencialmente activos e dominantes. No entanto, o campo da excitação sexual também refere a excitação anal, atribuída aos homossexuais passivos. O predomínio da erecção, isto é, do pénis erecto, coaduna-se, como seria de esperar, com a noção do pénis como o desencadeador corporal sexual mais erótico, em torno do qual gira a atracção homossexual. 7. Dimensão do estilo de vida predominante e «ambientes». Na dimensão do estilo de vida predominante, a promiscuidade sexual e os seus dependentes (1º) e os «ambientes» (2º) predominam sobre os riscos do comportamento sexualmente promíscuo (4º) e a Sida e sexo seguro (3º), mais outra indicação de que os homens homossexuais portugueses praticam sexo sem preservativo. Os «ambientes» mais referidos são aqueles que propiciam a actividade sexual, os chamados oásis eróticos. 8. Dimensão da iniciação homossexual. A iniciação homossexual é dominada claramente pela iniciação sexual propriamente dita (1º) e pela identidade gay (2º), entendida como «discrição», seguindo-se a classificação dos participantes (3º) e a homosocialização (4º). A ausência de preocupação real pela formação de uma identidade gay saudável deve-se ao facto da maior parte dos homossexuais portugueses, sobretudo os masculinizados, preferirem viver a sua homossexualidade na clandestinidade, evitando assim conflitos com a família e as entidades patronais. Contudo, a clandestinidade tem os seus preços, quer ao nível da saúde, quer ao nível da coesão da comunidade gay, porquanto o processo de «coming out» é não apenas um acto pessoal, mas também um acto ideológico (De Cecco, 1984; Grierson & Smith, 2005). 9. Dimensão da sociedade e conflito ideológico. A homofobia e seus efeitos (1º) destacam-se na dimensão da sociedade e conflito ideológico, seguindo-se o conflito entre a sociedade heterosexista e a comunidade gay (2º) e as lutas do movimento gay (3º). Compreende-se facilmente o papel de destaque desempenhado pela homofobia e pelos preconceitos sexuais manifestados contra os homossexuais desde a infância (Corliss, Cochran & Mays, 2000; Parrott & Zeichner, 2006), mas o último lugar atribuído aos movimentos gay mostra que os homens homossexuais portugueses são pouco reivindicativos e empenhados politicamente, preferindo viver na clandestinidade. 10. Dimensão das ligações homossexuais e parceiros sexuais. Com excepção das uniões estáveis, os homossexuais distinguem três tipos de ligações: encontros ocasionais (1º), semanticamente relacionados com o estilo de vida sexualmente promíscuo dos homossexuais, ligações breves (2º) e ligações prolongadas (4º), às quais correspondem o parceiro ocasional (estranho), o parceiro amante e o parceiro companheiro, respectivamente (3º). A amizade e o sexo não se diferenciam no mundo gay: um grupo de amigos constitui também uma «lista» ou rede de potenciais parceiros sexuais. À partida parece haver uma contradição entre o destaque das ligações a curto prazo e o papel de relevo dado às uniões estáveis na dimensão cognitiva da vida conjugal gay e do adultério. No entanto, independentemente da insatisfação, podemos afirmar que, tal como os homens heterossexuais, os homens gay adoptaram uma estratégia sexual de acasalamento mista: conjugam uma ligação a longo prazo com relações extraconjugais ocasionais, muitas das quais acontecem nos lugares de trabalho (Traeen, Holmen & Stigum, 2007; Buss, 1989). A própria classificação dos parceiros sexuais mostra que os homens gay distinguem entre dois tipos de fidelidade ou de infidelidade: sexual e emocional, e, ao contrário dos homens heterossexuais e de modo semelhante às mulheres heterossexuais, consideram que a infidelidade emocional é mais ameaçadora do que a infidelidade sexual, podendo levar ao divórcio (Buunk & Dijkstra, 2001; Sagarin et al., 2003; Shackelford et al., 2004; Buss et al., 1999; Buss & Shackelford, 1997; Wood & Eagly, 2002; Geary, Vigil & Byrd-Craven, 2004; Schmitt, Shackelford & Buss, 2001; Harris, 2000). 11. Dimensão das orientações sexuais. Finalmente, a orientação sexual que mais preocupa os homossexuais masculinos é a própria homossexualidade (1º), a que se seguem a heterossexualidade masculina (2º), a homossexualidade feminina (3º), a bissexualidade (4º) e a heterossexualidade feminina (5º). A homossexualidade masculina é enfaticamente definida como «gostar de curtir com o mesmo instrumento». Contudo, ao contrário do imaginário heterossexual radical, os homens homossexuais não estigmatizam a heterossexualidade masculina ou mesmo feminina, porquanto os homens heterossexuais constituem, de certo modo, os seus alvos sexuais preferidos ou exemplares, pelo menos em fantasia, e a figura da mulher está associada, no seu imaginário, à figura materna. Anexo: O léxico gay português foi recolhido por mim e comparado com três outros léxicos eróticos, dois heterossexuais e outro gay. Este léxico compreende 4070 lexemas, os quais foram agrupados em 11 domínios cognitivos, cada um dos quais com os seus campos lexicais (77 ao todo). Muitos dados foram omitidos. Optámos por não apresentar muitos dados estatísticos. Uma versão mais completa deste estudo pode ser consultada no blogue "NeuroFilosofia": Estruturas Cognitivas e Moderna Ideologia Gay.) J Francisco Saraiva de Sousa
19 comentários:
Bom Dia Papillon
Segui as suas sugestões, os seus "aqui e aqui", de certo modo já tratados noutros posts. Espero que se divirta a ler! Estes não são posts muito comentados, talvez devido à revelação daquilo que as pessoas desejam irracionalmente encobrir. Contudo, gosto de desafiar a hipocrisia sexual vigente. Abraço
Bom dia,
Penso já ter lido este material, por aqui, algures! De qq modo, é sempre bom re(ler), porque se atenta a novos pormenores.
Os meus "aqui e aqui", sobretudo o último, a permissão de sexo nos jardins de Amsterdão, é inédita, julgo eu! (E se a Holanda tem jardins!) Se Amsterdão já era a meca europeia do sexo, agora tem mais uma atracção: o Jardim das Delícias!
Quanto ao texto, algumas dúvidas:
1) a "moderna ideologia gay" ao pretender superar a "concepção social de maricas", sobrevalorizando a masculinidade em detrimento da feminilidade, n poderá cair no risco contrário de estigmatizar o gay feminino (que existirá sempre)? E engrossando o número de casos de violência, como me dizia noutro dia?
2) Por que é que no tópico das "actividades homossexuais preferidas" o sexo oral é diferente do cunnilingus? Está a referir-se ao fellatio?
3)Neste parágrafo: No entanto, os léxicos eróticos heterossexuais destacam os órgãos genitais masculinos em detrimento dos órgãos genitais femininos. Além disso, a vagina não é alvo de discriminações heterossexuais mais subtis, como se fosse uma mera «bainha» ou como se os homens heterossexuais fizessem sexo com mulheres para exibir a sua masculinidade para os outros homens.
diz que os homens hetero não discriminam postivamente a vagina, como fazem com o pénis, é isso?
4)Muito interessante a discrepância q assinala entre o ideal de longevidade numa relação afectivo-sexual e a promiscuidade real. O que prova que talvez a educação e a psicologia possam surtir alguma mudança no comportamento de dispersão observado. Conheço casos em que a insatisfação de ter uma vida sexual peregrina é patente; n é realmente isso que desejam. O que se confirma tb qd diz que a infidelidade "mais grave" é a emocional: querem amar e ser amados.
5)Os homens portugueses são pouco empenhados na reinvidicação dos seus direitos enquanto homossexuais. Sim, mas a homossexualidade é só mais um aspecto da cobardia do povo português. E a cobardia deriva necessariamente da ignorância. Isso é francamente observável nos homens auto-denominados por heterossexuais que criaram, tb eles, um léxico muito imaginativo para ofender e humilhar os gays, talvez com receio de serem "contagiados", ou pelo menos, confundidos com eles.
Ainda assim, penso que esteja a mudar. Basta ir a determinados sítios de circuito gay, como o Chiado, Saldanha em Lx, ou as discotecas como o Frágil e vêem-se miúdos (mesmo novinhos) a manifestarem o seu "amor" para com os seus iguais. Portanto, têm menos vergonha e são mais livres. :)
Papillon
Onde existem homens gay há sempre a possibilidade do meio se converter num "jardim das delícias". Quanto aos pontos destacados:
1) A atipicidade sexual e a atractividade sexual não andam muito ligadas. Logo, os mais atípicos são estigmatizados e sexualmente não desejados.
2) Sexo oral é felação: boca no pénis. Cunnilingus significa no meio gay "língua no ânus".
3) Os léxicos eróticos heterossexuais que analisei destacam os órgãos genitais masculinos, tal como o léxico gay. E a imagem da mulher é claramente negativa. Um aspecto curioso! Ambos estigmatizam a "feminilidade", mas o hetero devia ser mais positivo em relação à genitália feminina, mas não é.
4) De facto, os seres humanos são monogâmicos. Até os exploradores do sexo gostam de ter um "porto seguro". Por isso, os gay dizem ao companheiro: "Não de troquei pelos outros". No entendimento deles isso significa "fidelidade emocional".
5) Sim, os gay não se assumem naturalmente em público, até porque têm dupla vida. Sim, os mais novos fazem essas exibições em lugares consagrados e tendem a ser efeminados! Embora a sociedade portuguesa até seja permissiva, porque são cumplices.
Obrigada pelas respostas! :)
Sim, mas agora o jardim das delícias é permitido, é legal! Achei graça à ideia, por isso partilhei.
Pensei que cunnilingus fosse "minete". Pensei que se estava a referir às práticas homossexuais masculinas e femininas. No calão, língua no ânus tem outro nome.
Interessante dizer que os hetero discriminam negativamente a vagina em relação ao pénis, porque os poetas e romancistas (e até alguns filósofos) sempre fizeram grandes e criativos elogios à mesma. :)))
Mas eu acho q dentro dos próprios heterossexuais há os que gostam mais de sexo e os q gostam menos. Ser homem n significa necessariamente ser um bicho ardente de desejo.
Exacto: "Ser homem n significa necessariamente ser um bicho ardente de desejo."
O uso de cunnilingus noutro sentido revela a tal discriminação negativa da vagina. Curioso! Sim, existem mais termos!
Papillon, agradeço os seus comentários, até porque este estudo vai ser publicado numa revista da especialidade. Em Portugal, o debate é proibido! Adoro debate, porque é nele que crescemos intelectualmente. :) Daí a atrofia cognitiva lusa! :)
Ora, ora! Eu (e em nome de todos/as os que possam ler e se sintam intimidados em comentar) é que agradeço a sua generosidade. As revistas da especialidade n chegam ao cidadão comum e o perito publicando estes estudos permite o acesso fácil aos amadores, como eu :)
Papillon
Referia-se aos poetas clássicos? A noção que tenho é da da vagina como "bainha". Um ou outro autor associam isso à misogenia, talvez um exagero.
bainha? pelo amor de Deus! que pobreza! vou almoçar n tenho tempo de fazer a lista interminável... mas comece por Herberto Hélder, Sylvia Plath, Beckett, Sartre, Cummings...
De qq maneira, a sua "bainha" fez-me lembrar uma foto linda do Pelicanh:
http://bp2.blogger.com/_rQRaf59WTno/R4eaPpkHgxI/AAAAAAAAB88/aW1tJAvAtNw/s1600-h/Roxanne__s_Pinwheel_by_Pelicanh.jpg
Ok, Bom almoço! Não tenho tempo para fazer esse estudo literário. Sim, Sartre gostava de fazer cunnilingus! (A Papillon passou-se.)
A "bainha" é um sentido originário e penso estar associado à "espada", não me lembro bem...
Infelizmente, nem as lésbicas me forneceram dados nesse sentido: ausência de uma linguagem erótica própria.! :(
Eu forneço! Pena n ter feito parte do estudo! Isso é falta de criatividade e de sensibilidade!
(n me "passei", só achei pobrezinho... só isso: sou uma menina atenta e curiosa, como já devia ter reparado, daí a minha indignação!)
Aquele instrumento de cortar rissóis é "demais"!
Mas olhe que o problema não é só nacional. Os estudos que tenho mostram isso noutros países. O sentido está ligado ao campo da "espada": tirar a espada da bainha, introduzir a espada na... Pelo menos era essa a indicação a que tive acesso quando fiz o estudo. Mas digo mais: nos léxicos hetero a mulher (todo) não é bem tratada. O campo da prostituição é enorme, o da menstruação é curioso, o da maternidade, o do adultério..., etc., todos indicam uma má imagem ou, pelo menos, muito conservadora.
Quando concluir esse estudo, edito aqui algumas notas, como fiz com este. :)
Mas a Papillon sabe que a admiro e a sua inteligência toooo...
Curiosamente, quando dei uns cursos de bioestatística e epidemiologia verifiquei que as mulheres se interessam mais por estes assuntos do que os homens. Foi bom porque as turmas eram mais femininas do que masculinas e, como não tinham formação matemática, usei esse interesse para tornar os cálculos atractivos. Uma boa experiência pedagógica! :)))
E ainda há o caso do Fernando Rocha e os "gags" do seu "programa"...
osátiro
Não estou a ver quem seja essa pessoa! Se vi o programa, não o localizo! :(
Este seu leitor leu com interesse ( e até aqui e ali alguma estupefacção ...:)), mas confessa-se perfeitamente incompetente para acrescentar uma virgula que seja ao debate. Lamento...:))
Obrigado pela assessoria e apelo à PAZ lá do meu lado...:))
Oi Manuel
Antes de ir ao Ambiente, precisamos clarificar o próprio homem e torná-lo inteligível a si mesmo! :)
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