O fenómeno da corrupção, da perversão e do abuso do poder merece ser estudado a fundo e, em Portugal, um país em que a corrupção é profunda e transversal, é necessário adoptar políticas radicais contra a corrupção. Num estado de corrupção total e profunda, agravada com políticas igualitaristas dos governos pós-25 de Abril, não há reforma que consiga alterar os rumos nacionais, porque a corrupção é a invasão total do domínio público pelos interesses privados. Dito por outras palavras, a corrupção tem rosto e todos conhecemos os rostos da corrupção nos diversos níveis da vida social, fortemente legitimada pelas práticas populistas de conquista do poder exibidas pelos partidos, sobretudo por um partido demasiado populista e nefasto. O governo deve confrontar de frente a corrupção e proceder à «limpeza» do Estado, de modo a servir de exemplo às esferas civis corrompidas. Não enfrentar de frente a corrupção e fazer reformas que são corrompidas pelos corruptos agrava a situação e bloqueia o desenvolvimento de Portugal. Em Portugal, nada funciona, porque a república portuguesa permitiu levianamente a comparticipação de pessoas despreparadas no poder público e lhes ensinou a manipulá-lo. Todos os funcionários do Estado e das instituições por ele tuteladas, tais como partidos políticos e sindicatos, são corruptos. A generalização pode ser por vezes abusiva, mas, neste caso, justifica-se. O poder público português é controlado por pessoas metabolicamente reduzidas, isto é, por pessoas que usam o poder para satisfazer interesses privados, em detrimento do interesse nacional. Um exemplo é o abuso do poder por parte dos conselhos directivos das escolas ou a comercialização do ensino universitário privado. Este exemplo não foi dado arbitrariamente, mas pela seguinte razão: a corrupção deve ser combatida nas escolas e Portugal é simplesmente um país sem escolas dignas desse nome. A educação é simplesmente negra e as políticas da educação não vão no bom sentido. A vitória de Menezes no PSD e a reentrada em cena de Santana Lopes podem vir a ser factores de agravamento da situação de miséria mental portuguesa. Portugal pode afundar de vez: a política financeira não resolve os problemas nacionais, a política da educação é surrealista, a ordem jurídica é uma capela de culto autoritário, as polícias são sindicatos, as escolas e as universidades não existem, a economia de mercado não funciona, as liberdades são abusos, os bancos são abuso, a democracia é uma figura de estilo, enfim reina a inveja, a mediocridade e o abuso de poder. Se isto não for travado com reformas radicais, que libertem o domínio público dos corruptos que perderam a vergonha, o melhor será regressar à ditadura ou fazer uma revolução que use a violência para purificar e renovar o sistema. As privatizações têm sido feitas para «engordar» as figuras públicas e o alargamento das privatizações anunciado por Menezes merece suspeita: a economia de mercado não funciona em Portugal. Porquê? Deixo a cada um a liberdade de resposta, mas, antes de responder, faça um esforço e medite seriamente. O poder presidencial deve estar atento, muito atento, porque tem legitimidade democrática para defender a República. J Francisco Saraiva de Sousa
1 comentário:
Foi feito o livro negro do comunismo, mas nada foi dito sobre o livro negro do chamado mundo livre, que, após a queda do muro de Berlim, mostra bem a sua face negra: a corrupção da democracia.
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