«Os refractários eliminam-se. Ou aplaudir e ser cúmplice, ou protestar e ser vítima» (Guerra Junqueiro).
Sem querer entrar na polémica sobre a maldade humana e tomar partido ou pela tese do mal radical (Kant) ou pela tese da banalidade do mal (Arendt), pretendo apenas lançar o conceito de intencionalidade da maldade, para o qual posso fornecer evidência empírica.
Em Portugal, existem pessoas que prejudicam intencionalmente outras pessoas e, em muitos casos, estes comportamentos maldosos podem matar em vida as «vítimas» ou os «cadáveres vivos», no sentido de Arendt, por vezes induzindo o suicídio nas suas vítimas. Aliás, as pseudo-elites nacionais conhecem bem este tipo de maldade diabólica. Este procedimento de prejudicar o próximo, isolando-o, é sistematicamente utilizado quando alguém, julgando que tem poder, liquida aqueles cuja mera existência o ameaça, com a cumplicidade dos seus pares ou «subalternos». A luso-maldade é, pois, altamente organizada e está alojada em todos os centros nacionais de decisão, funcionando em rede, tal como os grupos terroristas islâmicos.
As acções intencionalmente maldosas estão, pois, presentes em todas as arenas da sociedade portuguesa, incluindo aquela que aparentemente mais condena a maldade, a Igreja Católica. Clientelismo, cunhismo, compadrio político, duplas-lealdades, distorção da lei e dos concursos públicos ou privados, perseguições, escutas imorais, calúnias, direitos quase hereditários, desprezo pelo chamado «povo», luvas, enfim, corrupção, corrupção e mais corrupção: tudo isto é prática diária das luso-máfias, não as da droga ou da prostituição, mas as do poder.
Guerra Junqueiro já tinha alertado para este facto, ou melhor, para esta desgraça nacional: A luso-sociedade «é a sociedade organizada para o mal. Os refractários eliminam-se. Ou aplaudir e ser cúmplice, ou protestar e ser vítima». O povo português é um «povo que deixa prostituir a consciência», submetendo-se e sujeitando-se às «mentiras» e às práticas das pseudo-elites, cuja filosofia de vida é «a filosofia do porco: devorar». Eles devoram tudo, sobretudos os empregos bem remunerados e, não satisfeitos com um, açambarcam vários, privados e públicos, de modo a negar o futuro a Portugal.
Muito recentemente tomei consciência de que a análise dos judeus nos campos de concentração realizada por Hannah Arendt pode ser aplicada ao estudo da homofobia (Weinberg) ou do preconceito sexual (Herek). De facto, o heterosexismo é um regime de terror total e, como mortificação dos não-heterossexuais, mata a pessoa jurídica, a pessoa moral e a pessoa psicológica. Uma morte permanente em vida, levada a cabo em nome de princípios cristãos, como se a Bíblia contivesse conceitos transculturais. Aliás, as pseudo-elites simpatizam com as «Obras de Deus» e, quando assumem cargos públicos, servem dois deuses, ambos pagãos, a Cúpula eclesial e o Estado, ou melhor, mais a primeira do que o segundo.
Basta pensar que os não-heterossexuais são sexualmente abusados na infância e vida adulta, são maltratados e negligenciados pela família, vizinhos e colegas de escola, são alvos de violência doméstica e de despedimento... e nada acontece no país. A democracia e o Estado não os apoiam: as instituições tratam-nos como se fossem «pessoas sem pessoalidade» e interpelam-nos como se fossem heterossexuais. Muitos pseudo-heterossexuais homofóbicos são cúmplices neste processo de mortificação em vida dos não-heterossexuais, embora tenham casos nas estações de serviço ou noutros lugares do género. Contudo, alguns sectores do luso-poder falam muito de exclusão e de inclusão sociais, mas, face à realidade, essa conversa é hipócrita e visa mais iludir do que resolver as realidades correspondentes aos conceitos. Isto é claramente terrorismo ideológico.
Paradoxalmente as «vítimas» deveriam estar agressivas e exibir essa agressividade, como mostram os neuro-estudos de exclusão social, mas, em vez disso, estão resignadas e deprimidas, continuando a frequentar os lugares escuros em busca compulsiva de parceiros sexuais. Nestes lugares reais e/ou virtuais, os opressores confraternizam com os oprimidos sexuais. Afinal, todos são não-heterossexuais, uns mais avançados do que outros no processo de coming out. Até os paladinos da direita conservadora ou liberal, tão arrogantes e elitistas nos discursos públicos, confraternizam com a chamada escória popular!
Portugal é assim: infinitamente cinzento e falso, infinitamente medíocre e invejoso, infinitamente corrupto e maldoso. E, como seria de esperar, todos aqueles que dizem defender a «vida humana» como um valor supremo (ideia terrível) são também aqueles que praticam mais atentados contra a dignidade da vida de pessoas cujo único anseio é mudar Portugal. Esta teia mafiosa governa Portugal, mesmo na oposição!
Muito recentemente tomei consciência de que a análise dos judeus nos campos de concentração realizada por Hannah Arendt pode ser aplicada ao estudo da homofobia (Weinberg) ou do preconceito sexual (Herek). De facto, o heterosexismo é um regime de terror total e, como mortificação dos não-heterossexuais, mata a pessoa jurídica, a pessoa moral e a pessoa psicológica. Uma morte permanente em vida, levada a cabo em nome de princípios cristãos, como se a Bíblia contivesse conceitos transculturais. Aliás, as pseudo-elites simpatizam com as «Obras de Deus» e, quando assumem cargos públicos, servem dois deuses, ambos pagãos, a Cúpula eclesial e o Estado, ou melhor, mais a primeira do que o segundo.
Basta pensar que os não-heterossexuais são sexualmente abusados na infância e vida adulta, são maltratados e negligenciados pela família, vizinhos e colegas de escola, são alvos de violência doméstica e de despedimento... e nada acontece no país. A democracia e o Estado não os apoiam: as instituições tratam-nos como se fossem «pessoas sem pessoalidade» e interpelam-nos como se fossem heterossexuais. Muitos pseudo-heterossexuais homofóbicos são cúmplices neste processo de mortificação em vida dos não-heterossexuais, embora tenham casos nas estações de serviço ou noutros lugares do género. Contudo, alguns sectores do luso-poder falam muito de exclusão e de inclusão sociais, mas, face à realidade, essa conversa é hipócrita e visa mais iludir do que resolver as realidades correspondentes aos conceitos. Isto é claramente terrorismo ideológico.
Paradoxalmente as «vítimas» deveriam estar agressivas e exibir essa agressividade, como mostram os neuro-estudos de exclusão social, mas, em vez disso, estão resignadas e deprimidas, continuando a frequentar os lugares escuros em busca compulsiva de parceiros sexuais. Nestes lugares reais e/ou virtuais, os opressores confraternizam com os oprimidos sexuais. Afinal, todos são não-heterossexuais, uns mais avançados do que outros no processo de coming out. Até os paladinos da direita conservadora ou liberal, tão arrogantes e elitistas nos discursos públicos, confraternizam com a chamada escória popular!
Portugal é assim: infinitamente cinzento e falso, infinitamente medíocre e invejoso, infinitamente corrupto e maldoso. E, como seria de esperar, todos aqueles que dizem defender a «vida humana» como um valor supremo (ideia terrível) são também aqueles que praticam mais atentados contra a dignidade da vida de pessoas cujo único anseio é mudar Portugal. Esta teia mafiosa governa Portugal, mesmo na oposição!
J Francisco Saraiva de Sousa
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