terça-feira, 9 de outubro de 2007

Um Poema para os «Históricos»

... da Blogosfera Portuguesa

AOS EMUDECIDOS

«Oh, a loucura da grande cidade, quando à noitinha
Árvores raquíticas nos fitam junto ao muro negro,
O espírito do mal nos olha com máscaras de prata;
Luz com açoite magnético expulsa a noite de pedra.
Oh, o toque submerso dos sinos da tarde.
«Puta que pare uma criança morta em arrepio de gelo.
Louca, a ira de Deus chicoteia a fronte do possesso,
Peste purpúrea, fome que quebra olhos verdes.
Oh, o riso horrendo do ouro.
«Mas o silêncio sangra em escura caverna a mais muda
Humanidade. Forja com metais duros a fronte redentora.»
Fonte: Georg Trakl/ An Die Verstummten (Tradução de João Barrento).
Comentário: Este poema deve ser lido como o advento de uma nova geração de Luso-Bloggers e, portanto, como a despedida da «estirpe maldita» (verfluchten Geschlechts).
J Francisco Saraiva de Sousa

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