Portugal não existe, não pode existir! Não sei de que matéria são feitos os portugueses, mas suspeito que foram abandonados por Deus aquando da criação: em vez de neurónios abundantemente interligados, receberam qualquer outro material que lhes veda o pensamento. Pensar é aquilo que os luso-cérebros não fazem, não porque não o queiram fazer, mas simplesmente porque não o podem fazer, como demonstraram os estudos de Joel Serrão sobre alguns dos mais representativos cérebros nacionais. Os luso-cérebros emitem ruídos, intercalados por longas ausências: não as ausências indicadoras de pensamento, mas as ausências-vazios, aquelas que parecem indicar um profundo autismo abolidor do universo social. Olhares vazios, cérebros vazios, pensamentos vazios, emoções vazias: os portugueses mais parecem zumbis do que seres humanos vivos, empenhados num diálogo alargado com os outros e o mundo. Os portugueses não falam, gritam; os portugueses não fazem amor, executam um guião; os portugueses não conversam, isolam-se; os portugueses não pensam, repetem frases-feitas; os portugueses não vivem, pastam e consomem quando podem; os portugueses não encaram o futuro, escondem-se no presente sem passado; enfim, os portugueses são uma terrível desilusão e as novas gerações parecem ser piores que as anteriores, voltando atrás, sempre atrás, ao passado parolo reduzido a mero consumo e diversão. Mas os portugueses também não se divertem... Tudo é feio em Portugal. Portugal é terrivelmente feio. J Francisco Saraiva de Sousa
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