O título mais correcto é professores da merda, porque é isto que são os professores portugueses. Os meus colegas e amigos professores tentaram dissuadir-me de criticar o ensino e a educação em Portugal. Mas, quando permito que me aluguem os ouvidos a narrar densamente as tarefas escolares e preocupações, fico mais convencido da sua mediocridade essencial: falam de tudo menos das matérias que leccionam. E, quando dizem que pesquisam, dá vontade de rir, de um modo nervoso. Em Portugal, ser professor é ser um mero funcionário público que executa automaticamente certas actividades, aguardando ansiosamente o dia do pagamento. As tarefas executadas são frequentemente alvo de debates animados entre professores, que exibem grandes dificuldades a descodificar e a interpretar qualquer documento, proposta de trabalho ou lei. Sem se aperceberem, eles próprios enforcam-se e isto porque são incapazes de ler e compreender um texto. Aliás, os professores não lêem e, quando são forçados a ler, assustam-se com o tamanho do texto, a reacção que hipocritamente condenam nos seus alunos. As licenciaturas e as pós-graduações são tiradas sem esforço: copiam, copiam, copiam, sem nunca terem lido e muito menos compreendido o conteúdo daquilo que copiam. Eles desejam apenas emprego garantido e sem esforço: recriminam-se reciprocamente, afundam-se em papelada, são mal-tratados pelos alunos, auxiliares de educação e membros dos conselhos directivos, comem, bisbilhotam, criam intrigas e conflitos, odeiam-se, ultrapassam os limites dos comportamentos adequados, enfim não fazem nada de jeito. Alguns dizem desejar sair do ensino, devido às actuais políticas da educação, mas não sabem o que fazer. Dizem que Belmiro de Azevedo os detesta tanto ou mais do que a ministra da educação. Porquê? Porque os considera incompetentes para executar qualquer tarefa. Afinal, Belmiro de Azevedo é um empresário inteligente. De facto, estes professores não servem para nada: são professores da merda. Profundamente ignorantes, pouco inteligentes, manhosos, intriguistas, medrosos e muito invejosos. São fruto do 25 de Abril e das más reformas feitas desde então. As actuais políticas da educação situam-se nessa longa tradição de destruição do ensino em Portugal. Os professores dizem-me frequentemente que não devo generalizar, porque «a generalização pode ser injusta». Isto significa literalmente: «Tens razão. A maior parte dos professores são incompetentes, mas nós não fazemos parte desse grupo. Daí que a generalização possa ser injusta, além de justificar as medidas tomadas pela actual ministra da educação». Este argumento é tipicamente português: "quando não consegues superar o adversário, alia-te a ele e trata os outros como inimigos". É assim que os professores sobrevivem: "sim, sim", "é assim", "sim essa é a minha área"... Como preparam as suas lições? Lendo os manuais escolares, estes gloriosos compêndios públicos da estupidez nacional. Até existem professores universitários que recorrem aos manuais do ensino secundário para preparar as aulas e fazer as frequências: o disparate circula num círculo vicioso. De facto, é tudo tão disparatado que não vale a pena pensar mais neste assunto. Portugal é simplesmente um disparate! J Francisco Saraiva de Sousa
2 comentários:
Na nossa estimativa, pelos dados que acumulamos ao longo dos anos, cerca de 1/3 dos professores não deviam estar a ensinar. Na nossa opinião, os professores devem ser sujeitos aos exames obrigatórios periódicos.
Por outro lado, um problema ainda maior são as abordagens pedagógicas inválidas, ideologicamente impostas na nossa Escola há 30 anos.
Concordo plenamente consigo. As abordagens pedagógicas foram e são um desastre.
Enviar um comentário