terça-feira, 9 de outubro de 2007

BlogoFranciscanos

No blogue de Paulo Querido, travou-se uma polémica sobre a blogosfera portuguesa, na qual participei, inicialmente substituindo «definhamento» por «depressão». Mas o jpt não concordou, dando origem a uma polémica deveras interessante.

Apenas retenho o final dessa polémica, onde PQ me reduz a «leitor», e o jtp chama-me «blogofranciscano». Trata-se, no fundo, de uma controvérsia entre os auto-intitulados «históricos» e os mais novos, como eu ou o autor do blogue «Intervenção Maia».

1. Sou efectivamente «blogofranciscano», até porque me chamo Francisco, que faz lembrar provavelmente S. Francisco, que lutou contra a pobreza e a miséria. E o uso no plural, «blogofranciscanos», parece indicar que já tenho «seguidores» (sic). Ora, se assim for, a nossa causa não é lucrar com a blogosfera, mas convertê-la num espaço livre onde todos os cidadãos tenham acesso à palavra, como diria Hannah Arendt.
O objectivo último deste meu blogue é precisamente trazer o pensamento crítico para a blogosfera e acordar as pessoas para a política e para a participação política responsável. Uma tarefa absolutamente estranha aos jornalistas ou a todos aqueles que fazem um uso mais «privado» da blogosfera!
Se este objectivo é «ético», como diz jtp, tanto melhor, porque sempre defendi a dignidade da política, contra a sua instrumentalização pelos luso-abusadores do poder. Jtp sente aversão pela «comunidade ética», afirmando que, no bloguismo, «nada é desinteressado»: «livremo-nos dos desinteressados (ainda que depois apareçam os blogofranciscanos a protestarem com os fulanos que saltam dos blogs para os jornais, tv ou revistas - mas não é porreiro ver as constantes contradições nos assertivos?» Qualquer actividade pública é interessada: manifesta-se num mundo comum e partilhado, mas os interesses são diferentes. Defender a verdade e a emancipação é um interesse nobre e é efectivamente o único interesse que me move na blogosfera.

2. PQ reduz-me a «leitor», «o leitor Francisco». É verdade: sou leitor desde que aprendi a ler e, ocasionalmente, leio algumas coisas menos interessantes, para me actualizar e encontrar animo para a minha cruzada: a desconstrução da luso-mediocridade. Mas as minhas leituras preferidas são outras, conforme se adivinha lendo os textos que edito nos meus blogues. Também leio os «históricos», embora não me reconheça nesta frase de jpt: «o texto acusatório dos históricos» não é meu! Não acusei os «históricos», apenas penso que eles entraram em depressão, talvez porque não saibam competir e partilhar o espaço virtual com outros, temendo, como diz o autor de «Intervenção Maia», perder audiência!

Em suma, acho divertida a designação que me foi atribuída: «blogofranciscano» e, embora não seja humeano neste aspecto, porque não procuro «fama», fico feliz por saber que alguns «históricos» frequentam os meus blogues e que já usam a minha terminologia e conceitos, embora um ou outro me atribua erradamente uma filosofia teológica da história, digna de ser «objecto de estudo». Mas a minha problemática de fundo é outra: defesa da DEMOCRACIA contra os seus inimigos.

J Francisco Saraiva de Sousa

23 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Os auto-intitulados históricos não fazem ideia do que significa «história»: os fazedores de história criaram as novas tecnologias que todos usamos. Os «históricos» defendem um suposto «direito adquirido», que só existe nas suas cabeças. Eles não fazem história: bloqueiam ou tentam bloquear a história! «Direitos adquiridos» constituem um atentado contra a democracia e a sua defesa corporativista é simplesmente fascismo.
Não uso o computador como «máquina de escrever», mas para fazer pesquisa interactiva. Este é efectivamente um uso criativo e de interesse público.
Além disso, dispenso embalagens ou boas apresentações: interessa-me o conteúdo e a sua qualidade. A embalagem é para os luso-burricos, que precisam da publicidade para viver.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Numa palavra: Sou contra a colonização da Internet! Ponto Final!

jpt disse...

Estou aí citado, em conversa de contradição, cumprir-me-á acusar a referência, até ripostar. Atrasado é certo - nisto da democratização das tecnologias do melhor são as ligações, a gente (quase sempre) fica a saber que estão a falar connosco (ou de nós) ... Assim chego atrasado. "Ética" utilização da tecnologia se calhar, mas não custa nada.

V. está com o gás todo e só lhe fica bem, e umas boas polémicas são porreiras para isto do bloguismo. Vénia nisso.

Depois ... não percebeu nada, e está a disparar a seco. Não é dramático, mas é um bocado desperdício de teclar.

1. O PQ fez um texto com o qual eu discordei - não uma discordância total mas no seu enfoque. O cerne dele, tal como eu o interpretei, é que os bloguistas célebres portugueses definharam e não se actualizaram tecnologicamente. Esta noção tem duas vias de entendimento - a da modorra tecnológica (com a qual eu concordo, e que me levou à resposta, imputando essa modorra fundamentalmente, não só mas assim, à incapacidade de comunicar dos espertos na matéria, de liderarem a actualização - esse era o meu argumento); e a da culpabilização dos bloguistas conhecidos (grão-bloguistas, como eu gosto de lhes chamar), ocupadores do espaço internético, ditatoriais, não-redistributivos de atenções, etc, etc, conversa que já é velha e que sempre me irritou porque não leva a nada, é tecnologicamente infundamentada, e acima de tudo denota desconhecimento da multiplicidade de blogs e de nichos de blogs. Ou seja, tem laivos de maledicência (o que é bem diferente de crítica) e de uma concepção piramidal do bloguismo em Portugal que me parece desadequada. E, acima de tudo, é uma chatice porque há milhares de tipos a escreverem blogs em portugal e continua-se a protestar com 20 ou 30 (dos quais alguns serão conhecidos fora do bloguismo) por causa de não sei o quê.
A tal democraticidade aqui é mesmo esta - não se gosta de a ou b não se lê, vai-se ler outro (tantas vezes tão menos conhecido), estabelece-se ligações, chama-se a atenção, etc. Aqui o controle é bem mais difícil

jpt disse...

2. depois há a incompreensão sobre o que é "histórico" - vem no seguimento do que lhe digo acima. O texto do PQ indicia (quando lemos alguém que conhecemos de leitura fazemos uma interpretação "geneológica", e neste caso incluindo-o fluidamente num entendimento até generalizado) a crítica aos "históricos" associando estes aos importantes, aos conhecidos. São estes que definham para o PQ, são estes que influenciam o definhamento generalizado para o PQ (estou a interpretá-lo, sem minhas más-intenções). Ou seja em PQ "histórico" surge associado a "importante" (como aliás o termo surge amiude). Tal como para si, acusando aqueles que se (auto)definem como históricos (que eu saiba ali apenas eu), como se tal significasse uma auto-reclamação de importância.

É, repito, mera incompreensão do que ali está escrito - discuto a acusação de preguiça (tecnológica e intelectual) aos históricos, pondo em causa a valorização de "históricos". Está explícito nos meus comentários - a) sou histórico porque ando cá há quatro anos; b) sou histórico porque sou dos primeiros a blogar no pais onde vivo; c) sou desconhecido. Flat, cronológico ... ou seja, se vamos discutir a adesão dos "históricos" a novas formas de blogar vamos esquecer as ladaínhas contra os conhecidos (que normalmente acabam com dichotes ao pacheco pereira) e vamos falar da rapaziada que anda cá há muito tempo sem introduzir modificações, conhecidos, célebres, mui lidos ou nada disso.
(é exactamente por blogar há anos que nem me lembro bem onde pus textos a resmungar contra as hierarquias de importancia bloguistica e as caganças, mas acima de tudo contra os protestos).

jpt disse...

Mais, é exactamente porque sou antigo e tenho um blog definhado que assumo aquele texto sobre tecnologia (o definhamento do meu blog não é apenas tecnológico, é claro, é temático e é de entusiasmo) como me assentando como uma luva - rais parta, onde está a autoreclamação estatutária, grandiloquente. DAs duas, ou má vontade sua, ou total incompreensão.

3. "blogofranciscano" e seus seguidores - desculpe, e vai sem acinte. Isto não começou consigo. NEm o termo o utilizo pela primeira vez lendo-o nem tampouco é pensado para si (e para hipotéticos seguidores). Os protestos com os conhecidos "lá fora" que blogam (que raio de sentimento democrático que quer excluir alguns disto) vem sempre no pacote dos protestos com os malandros que utilizam a "celebridade" bloguística para aparecerem noutros meios de informação. É uma tontice, nada mais.
Não se autoproclame fundador de correntes, pelo menos num texto destes.

4. referências são uma coisa, natural a diferença interpretativa, ainda que criticável. citações são diferentes - convém não truncar (de novo, veja, a tal "comunidade ética). Comentei, em texto de comentário - rápido, não cuidado - sou desinteresseiro mas não desinteressado, livremo-nos dos desinteressados - no sentido em que todos temos interesses que podem não ser interesseiros. Explícito, e V. inverte-lhe o sentido para exercer a sua retórica.

5. "da verdade" - pois V. procure-a em comunidade. Eu vou-lhe dando plurais - mais não seja dada a diversidade (bloguística, tecnologidamente induzida) de interessados e interesses, apetências.

6. dos colonialistas da net. Identifique-os. Senão fica aí a protestar com os moínhos. Arrogantemente Quixote

cumprimentos

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sou visceralmente democrata e, por isso, empenhei-me na luta pela democracia. Concordo consigo: existem muitos mas mesmo muitos bons bloquistas portugueses. Esses leio sempre que posso e admiro-os. Os «históricos» a que me refiro são aqueles que dizem desprezar a «malta», aqueles que se fecham em si mesmos ou aqueles que pretendem monopolizar a blogosfera.
A polémica no Paulo Querido deu-me a possibilidade de elaborar uma crítica da blogosfera, na sequência das forças que orientam a minha participação neste espaço. As pessoas não me interessam: critico ideias e concepções, não pessoas, a menos que estas reajam metabolicamente.
Dado não ser português, não se sinta alvo das críticas que teci. Os problemas tecnológicos são outra questão. Tal como outro utilizador da Internet, uso serviços e as suas funcionalidades, mas, repare bem, os meus blogues não pretendem intencionalmente seduzir pela «embalagem», até porque não preciso de vender nada. A minha luta é outra: é teórica e política. Não deve inferir daí que não perceba de tecnologia, embora não seja engenheiro ou um criativo tecnológico, a este nível, de resto acessíveis.

jpt disse...

um último ponto, vindo ali de cima de um texto sobre a estirpe maldita dos tais históricos, que assumem direitos patrimoniais sobre a tal blogosfera. Dois pontos: é exactamente por isto ser uma actividade e não um objecto patrimonializável que me chateia o termo "blogofera" e smpre lhe prefiro o bloguismo (actividade, [quase]livre) - radical diferença de visões sobre isto, como vê; além disso V. acha um conjunto de coisas sobre um conjunto de "históricos" mas que estão na sua cabeça - donde raio tira tais conclusões? que acções, conjunturais ou estruturais dessa gente histórica sedimentam a sua interpretação?

Depois, V. quer refundar isto? Isto o quê?

E já agora, sem ironia mesmo, o que até é pior, V. critica a arrogÂncia patrimonial dos outros mas quer ser adventista de uma refundação? Retiro o franciscano que lhe terei dedicado - mas que grande imagem de si próprio, que soberba. Que "histórico" quer vir a ser ...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

De resto, já editei outros posts que clarificam a minha posição. E estão bem fundamentados.
Sou novo na blogosfera mas não preciso de queimar muito tempo para aprender. Sou assim desde bebé: autodidacta.

jpt disse...

PS. parece que há um comentário meu que não entrou (pontos 3 a 6) - o sistema é difícil. Paciência

E sou português, emigrante.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Leia atentamente o que escreveu no blogue do Paulo Querido: usa uma terminologia que não é do PQ mas minha. Daí que tenha espaço de manobra hermenêutica, não retórica, embora possa usar um ou outro tropo.
Fez inferências psicológicas e chamou-me «arrogante», «adventistas», etc. Acredite ou não, não sou arrogante, mas seguro, boa auto-estima, boa auto-confiança, boa formação, e sei o que digo. Para derrubar a minha crítica, teria de ir aos fundamentos da problemática teórica e política que se baseia.
Repare: voltou a supor que sou «info-ignorante» ou qualquer coisa do género. Não sei se já fez alguma descoberta tecnológica importante neste domínio: um utente é um utente, um criativo é um criativo. Eu estou dependente tecnologicamente dos criativos, até porque não me apetece participar nessa tarefa.
Cumprimentos

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Dado ser português, devo dizer que estarei atento ao seu blogue. Não cito nomes e já dei a razão que justifica esse procedimento, mas não é difícil descobrir material empírico a favor das minhas teses. Basta abrir os olhos e ler.

jpt disse...

"voltou a supor que sou «info-ignorante» ou qualquer coisa do género" - isto é uma desconversa total. De onde tira V. essa ideia? [ainda por cima numa longa troca de comentários aqui e no PQ que assenta na minha condição de utente limitadissimo - infoexcluído usei. Isto não é hermenêutica, é sua vontade de não compreender]

"adventista". V. coloca um poema contra gente horrível bloguística e remata "Este poema deve ser lido como o advento de uma nova geração de Luso-Bloggers e, portanto, como a despedida da «estirpe maldita» (verfluchten Geschlechts)." - inferência psicológica?

"arrogante". V. deixa "O objectivo último deste meu blogue é precisamente trazer o pensamento crítico para a blogosfera e acordar as pessoas para a política e para a participação política responsável. Uma tarefa absolutamente estranha aos jornalistas ou a todos aqueles que fazem um uso mais «privado» da blogosfera!"- antes de mim o caos malévolo e ignaro, eu trarei ... Francamente

E, para nos deixarmos de rodeios, desonestidade retórica. No PQ eu deixei: "o que eu disse é que quem não percebe nada (ou percebe pouco) do computador trata isto como uma máquina de escrever. E que são especialistas (profissionais ou não) e amadores que desenvolvem a “máquina” para que os ignaros vão experimentando as novidades", na sequência de uma discussão sobre modificações tecnológicas nos blogs e da minha autoreclamação como ignorante informático. Na sequência, continuando em post uma discussão contra argumentos que encontra em mim e no PQ (apesar dos estender a um colectivo) V. utiliza a "máquina de escrever" neste sentido: "Afirmam que a maioria dos utilizadores da Internet usa o computador como «máquina de escrever» e acusam certos bloguistas de não cuidarem da «imagem» dos seus blogues.". Isto não tem ponta por onde se pegue.

Isto não é uma inferência psicológica, não é uma treshermenêutica minha. É uma sequência de falácias retóricas. Desagradáveis. Mesquinhas.

Ainda assim agradeço-lhe a hipótese desta polémica aqui. Infrutífera, in-blog e out-blog já aprendi que diálogos em que os nossos interlocutores torcem as palavras e os argumentos alheios não valem de nada. Mas nem tudo tem que valer.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Estou meio perplexo: não compreendo a razão de ser da sua animosidade. E volta a chamar-me nomes (desagradável, desonesto, etc), como se eu fosse movido por algum interesse menos apropriado. Vivo num país livre e tenho o direito de fazer uso da palavra.
«Estirpe maldita» é um conceito que uso na acepção de Trakl, através da mediação de Heidegger. Comigo as palavras funcionam como conceitos cujo sentido é fixado pelas relações que estabelecem entre si no seio de um sistema teórico. Não sou jornalista manipulador, nem estou a vender qualquer produto! Assumo a palavra num espaço público virtual e responsabilizo-me pelo que digo. Simplesmente isso.
4 anos a blogar fazem de si uma figura histórica que não incluo nos «históricos» que critico. O alcance da minha crítica é a cena nacional online e sobretudo offline. Fora disso, para mim, é tudo batatas, para usar uma expressão de uma célebre cientista da Universidade do Porto.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Uma última palavra: não fulanizo a crítica e, neste aspecto, acompanho a distinção que Karl Popper faz entre crítica subjectiva (quase sempre insulto e agressão verbal) e crítica objectiva (conteúdos de conhecimento).
A minha crítica é «negação determinada» (pense em Hegel ou adorno). Nunca me afasto do objecto: contorno-o conceptualmente e elaboro uma teoria, tal como por exemplo Rousseau elaborou a sua: o contrato social.
Fui consequente comigo mesmo e com estes princípios: não o critiquei, nem critiquei o PQ. A propósito de um debate, elaborei o objecto da minha teoria: a blogosfera portuguesa na sua dimensão metabolicamente reduzida. Um objecto circunscrito e conceptual e empiramente saturado, sem recurso baixo à fulanização, ou melhor, ao insulto.
Se não compreendeu isso, não vale a pena entrar em controvérsia comigo, que até podia recorrer ao modo como expõe as suas ideias para destruir a sua argumentação.
Quanto à info-exclusão, apenas digo que ela se combate nas escolas e com políticas que incentivem a aprendizagem e a aquisição das novas tecnologias. Penso que está a ser muito humilde quando diz que é um info-excluído. Talvez abuso do uso deste termo! Info-excluídos são aqueles que não têm dinheiro para adquirir um computador e que, por isso, são afastados da esfera pública virtual. Não brinque com assuntos sérios! Por favor, não faça isso nem a brincar.
Cumprimentos

Paulo Querido disse...

Caro autor Francisco: jpt disse tudo o que eu poderia dizer em minha defesa, e nem lhe paguei, veja lá.
O Francisco é, pelas minhas contas, o 29.583º "justiceiro" da blogosfera, que chega com vontade de a mudar, de impedir uns maus que a querem aprisionar, devolver a liberdade "roubada" não se sabe lá muito bem a quem, porquê, ou espoliada em que circunstâncias -- só se sabe o quem: os que, adivinha o Francisco enquanto os lê, detém alguma espécie de poder sobre, helas, as audiências.
Da minha parte, bem vindo. Ponha-se na fila e não empurre, que chega para todos.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Mas esse é o meu objectivo e, se for também o seu, tanto melhor. Já somos dois, três, quatro, cinco... muitos a dar voz a uma causa nobre.
Como vê, não critiquei pessoas e não fiquei magoado com ninguém. Pelo contrário, agradeço-lhe a prontidão e a simpatia com que responde aos meus comentários no seu blogue, que em termos de novidades tecnológicas é muito democrático e de grande serventia.
Cumprimentos

jpt disse...

pois deixei aqui um comentário meu final que não entrou (decerto porque a minha ligação estava lenta e os comentários caíam, era necessário repetir). mas já não sei bem o que estava nele ...

só um ponto final. V. sobre uma discussão com argumentos doutros reclama e elabora um conjunto de argumentos. Criticam-se-lhes esses argumentos e os pressupostos e intepretam-se-lhe a atitude subjacente (e, já agora, explícito no PQ e quase-explícito em mim vai-se(-lhe) mostrando que "nada de novo sob este céu). Depois V. reclama que está a insultar, fulanizar, etc, que V. fala teoricamente e que quem não consegue teorizar não percebe. Ouça, eu não o conheço, leio agora o seu blog, nada me move contra si, como fulanizar? o que lhe digo é que acho repetitivos (já velhos) e deslocados os seus argumentos,
me desagrada a sua retórica - e muito em particular quando pega em argumentos alheios (meus já agora) para truncar (essa a razão da "minha animosidade" como V. lamenta e incompreende). Não é preciso apelar aos antepassados teóricos para discutir isso. Os exemplos da sua prática deixei-lhos em cima - V. anuncia que acaba de refundar a blogosfera portuguesa "contra os canhões" marchou, eu espanto-me com esse "rio-me de me ver tão bela neste espelho", e V. diz-me que isso lhe vem via Heidegger. E fica-se com a ideia de quem não percebe tamanha altitude não pode discutir, e que se restringe Às fulanizações insultuosas.

Tino. Um burguesote tino ajuda às prosápias intelectuais - e, esclareço ainda melhor as minhas dúvidas, permito-me duvidar (não há exercício teórico sem seu agente): quem não percebe de modo tão evidente [ou não quer perceber] uns textitos de uns vulgares bloguistas (um dos quais ainda por cima é jornalista) como se entenderá no meio dos ilustres pensadores referidos e armaduras do seu raciocínio? Se calhar bem, talvez lhe seja difícil perceber o terra-a-terra mas não o estratosférico pensamento. SE calhar, fico-me eu, não.

Para mim, como dizia no tal último e desaparecido comentário, chega.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Não compreendeu as minhas palavras, de resto claras como cristais. Eu não fulanizo a crítica e, portanto, não insulto ninguém.
Os textos são públicos: basta ler e escutar o que neles é dito.
Quando fala de «adventismo», apenas digo que o objectivo do meu blogue é contribuir para a democracia electrónica. É o objectivo deste meu blogue.
Uso uma linguagem conceptual. É proibido pensar com conceitos e tomar posições políticas?
Critico o jornalismo manipulatório, mas defendo o jornalismo crítico. É proibido?
Eu disse claramente: a propósito de um diálogo no blogue do PQ, elaborei conceptualmente um objecto: a blogosfera portuguesa. É proibido pensar? Nesta elaboração não fulanizei a crítica? É proibido? Devia ter insultado? Mas não sou assim. Também não o insultei.
Além disso, nunca pretendi fazer a história da blogosfera portuguesa. Outros a farão, certamente.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Quanto ao uso de «argumentos de outros», devo esclarecê-lo que me orgulho de pertencer a uma grande família de pensadores: é a minha matriz. Sempre disse que sou um zelador da tradição Ocidental que procuro manter viva e actualizada.
Temos maneiras diferentes de ser/estar no mundo. Como dizia o poeta, eu «poeticamente habito no mundo».

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Quanto ao abuso que faz do termo retórica, lembro-lhe novamente que não sou dessa tradição, nem sou «deputado». Esqueça a retórica!

Unknown disse...

Eu, que mais do "histórico" sou talvez "dinossauro", já que blogo desde 2001, rio sempre com estas polémicas. O que importa é o conteúdo que se publica e não desde quando.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Também penso desse modo: «o que importa é o conteúdo que se publica e não desde quando», com diz.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A blogosfera pode e deve ser usada como um espaço público aberto ao debate de ideias e de opiniões políticas e, como espaço de debate, possibilita a participação política de todos os cidadãos. mesmo daqueles que possam não mostrar interesse em assuntos políticos.
Esta é a ideia fundamental que orientou a minha crítica das tentativas dos jornalistas e dos mass media para subjugar a blogosfera, de resto uma crítica feita pelos clássicos da blogosfera. O bloguismo não é jornalismo.
Lamento que JPT não tenha entendido a minha perspectiva e não tenha compreendido que o carácter intrinsecamente democrático da blogosfera.